Texto Samuel Beckett
Tradução Francisco Luís Parreira
Encenação Bruno Bravo
Interpretação João Lagarto (Hamm) (Diogo Infante em 2005) Miguel Seabra (Clov) Gonçalo Waddington (Nagg) (Gonçalo Amorim em 2005) Raquel Dias (Nell) Cenografia Stéphane Alberto
Figurinos Chissangue Afonso
Desenho de Luz Miguel Seabra, Bruno Bravo
Operação Técnica José Manuel Rodrigues
Artwork Tó Trips
Registo Video Edgar Feldman
Fotografia de Cena Rui Mateus, Patrícia Poção
Assessoria de Imprensa Joaquim René
Construção e Carpintaria António Neto, Mimil, Nelson Reis
Produção Alejandra Alem (Temporada - PS)
Paula Nora (Itinerância - TM)
Co-Produção Teatro Meridional e Primeiros Sintomas

Globo de Ouro 2004 melhor espectáculo
Globo de Ouro 2004 melhor actor (Miguel Seabra)


Estreia no espaço Karnart 28 de Abril de 2004
Janeiro de 2005 na sala estúdio do Teatro da Trindade


Itinerância - Santo André, Guimarães, Póvoa do Varzim, Vendas Novas, Viana do Castelo, FIT Almada, Porto, Viseu, Montemor-o-Novo, Oeiras, Bragança, Paredes de Coura, Faro, Aveiro, Loulé, Terceir/Açores

Endgame é talvez a peça mais emblemática de Samuel Beckett. Pelo seu sentido trágico e cómico, pela maturidade da escrita e da construção dramática. Escrita originalmente em francês (Fin de Partie – 1957) foi traduzida pelo autor para inglês em 1958 com Endgame.

Confinados a um espaço fechado apenas com duas pequenas janelas que dão para um mundo de desolação onde o mar e a terra são uma única cor cinzenta, quatro personagens procuram o fim. Hamm, o patriarca, meio Hamlet, impossibilitado de ver e de se levantar, comanda o patético e trágico universo da peça e simboliza, segundo Beckett, um mau jogador neste sórdido jogo existêncial. Clov, meio escravo meio filho de Hamm, ameaça com recorrência que se vai embora, tal como Hamm do mesmo modo lhe pede que desampare. Mas a peça é ambígua entre o poder e a vontade e liga os dois personagens a uma relação de interdependência, de sadismo e de banalidade. Nagg e Nell, os pais de Hamm, estão dentro de dois caixotes e presos à memória de um tempo que se supõe ter existido outrora, em relação a um outro que se mantém imutável e que parece estar sempre aquém do fim.
Endgame é uma peça circular onde, segundo Beckett, pelas palavras de Hamm - “o fim está no princípio e no entanto prosseguimos.”